PLAYTIME!

Exposições e intervenções de design, imagens, multimedia e ideias - Porto - Julho de 2005

Saturday, July 30, 2005

Olhares pelos Alunos de Belas Artes

Reportagem publicada no Primeiro de Janeiro

Exposição fotográfica patente até ao fim do mês no Inesc

Olhares pelos Alunos de Belas Artes

O Inesc abriu as suas portas aos alunos do 4º e do 5º ano do curso de Design de Comunicação da Faculdade de Belas Artes e desafiou-os a fotografarem o seu quotidiano laboral de inovação e tecnologia. «002 Entidades 013 Olhares» é o resultado dos trabalhos de fotografia.

Cátia Alves da Silva

Está patente até ao final do mês a exposição «002 Entidades 013 Olhares», pelos alunos dos 4º e 5º anos do curso de Design de Comunicação da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP). A iniciativa partiu de um protocolo entre o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores (Inesc) e a FBAUP. O objectivo era fotografarem o quotidiano laboral de inovação e tecnologia do Inesc Porto. Foram então escolhidos 13 trabalhos que estão espalhados pelos corredores e salas daquele instituto. Os projectos apresentados são distintos quer ao nível da temática, quer no que concerne às técnicas de impressão e apresentação utilizadas. No entanto, os vários trabalhos criam um eixo comunicativo construído pela sequência de imagens criadas pelos autores. Os projectos individuais formam uma narrativa visual através de um entendimento sequencial. Alguns alunos optaram por trabalhar em equipas de duas pessoas.
A exposição inaugurou no dia 21 de Junho, com a visita do Presidente da República, aquando da comemoração dos 20 anos do Inesc Porto.

Um olhar sobre a investigação
Bárbara Castelo Branco foi uma das alunas do 5º ano que expôs nesta iniciativa. O seu trabalho foi o único que coincidiu com o trabalho final de curso. O projecto de Bárbara Castelo Branco distingue-se ainda pelo facto de apresentar um novo conceito de montagem audiovisual. A aluna finalista debruçou-se sobre a temática do universo micro e macro da investigação, particularmente da que é realizada pelo Inesc Porto. A estudante explicou ao O PRIMEIRO DE JANEIRO o seu trabalho: “O novo conceito de montagem audiovisual consiste na utilização de uma grelha (com forma de linhas de uma pauta de música) sobre as fotografias realizadas e encontrar pontos de referência, transpondo-os para uma pauta verdadeira, traduzindo-os em notas musicais, com ritmo pré-definido, os resultados constituem a melodia do som de projecto”, referiu. Como os alunos estão habituados a trabalhar em ambientes e sobre temáticas completamente diferentes, Bárbara Castelo Branco asseverou que tiveram de “encontrar pontos de interesses nas duas áreas”.
Apesar de ter sido, para muitos, a primeira vez que trabalharam em parcerias, Bárbara Castelo Branco considera que a iniciativa correu muito bem. “É sempre um orgulho para todos nós ter trabalhos expostos numa instituição como esta”, disse a aluna da FBAUP. Bárbara considera que esta foi uma experiência muito positiva. “Foi interessante estarmos a trabalhar com áreas diferentes, até para o nosso desenvolvimento cultural. Foi o sair da faculdade e o deixar os trabalhos académicos”, concluiu.

Uma simbiose perfeita
Durante alguns meses, o edifício do Inesc Porto esteve à inteira disposição dos alunos que participaram na exposição. “Ao realizar os trabalhos em fotografia, demos a liberdade aos alunos de virem cá fazer o que entendessem, sobre a temática das pessoas e da tecnologia”, explanou Artur Pimenta Alves, director do instituto. O director considera que “os alunos abordaram a temática de forma surpreendente”, acrescentando que “toda a azáfama que consistiu na realização do trabalho foi interessante e enriquecedora para os dois lados”.
Esta é então uma forma de o mesmo problema ser visto por duas culturas completamente diferentes. “É uma maneira de ensinar colocando as duas perspectivas em confronto”, salientou o director.
Artur Pimenta Alves deixou ainda clara a intenção de repetir este tipo de iniciativas, mas com algum cuidado porque, “apesar de resultarem dos trabalhos dos alunos, elas implicam tempo e recursos significativos”, disse. Os encargos destes projectos são da responsabilidade do Inesc Porto. No caso desta exposição, as fotografias ficam para a instituição, “para no futuro decorarem as nossas paredes”, concluiu o director.

A missão
O Inesc Porto é uma instituição criada para constituir uma interface entre o mundo académico e o mundo empresarial da indústria e dos serviços, bem como a administração pública, no âmbito das Tecnologias de Informação, Telecomunicações e Electrónica, dedicando-se a actividades de investigação científica e desenvolvimento tecnológico, transferência de tecnologia, consultoria e formação avançada. O instituto procura pautar a sua acção por critérios de inovação, de internacionalização e de impacto no tecido económico e social, sobretudo pelo estabelecimento de um conjunto de parcerias estratégicas que garantam a sua estabilidade institucional e sustentabilidade económica.


Culturas distintas
O Inesc Porto realizou há dois anos um protocolo de colaboração com a FBAUP. Ao abrigo deste protocolo, o instituto realizou em 2003 uma primeira iniciativa, que consistiu numa exposição de desenhos, que se iniciou com um ciclo que se denominou «Art In Esc». Artur Pimenta Alves, director do Inesc Porto, explicou a importância desta iniciativa em que uma instituição virada para a tecnologia colabora com uma instituição com uma vocação muito diferente direccionada para as artes. “É uma experiência muito produtiva porque são visões e culturas muito diferentes e quando colocadas em contexto semelhante são muito interessantes e enriquecedoras”, referiu o director. Para o futuro há alguns projectos, mas desta feita com trabalhos mais continuados em vez de um único evento, sempre ligados à actividade da tecnologia.

Tuesday, July 12, 2005

interpretar com inteligência e iniciativa

texto a publicar no BIP (Boletim do InescPorto)

A evolução da sociedade pode revelar-se a partir de novas actividades e de novas relações dentro do seu sistema de funcionamento. A criação essa, pode resultar da exploração dos limites das capacidades e das possibilidades da síntese do pensamento e a acção. Daqui resulta um, e só um mesmo, caminho potencial por onde se desenvolve a ciência, a arte e a tecnologia como um única obra de criação
Esta condição preliminar enquadra o arrojo e a mentalidade sem precedentes da Direcção do INESC Porto, quando lançaram esse desafio aos alunos e alguns professores da FBAUP: interpretar e traduzir num objecto visual a estrutura e a natureza daquela identidade científica e tecnológica. “Os dados estavam lançados” para uma experiência inédita para os jovens designers. Estes sabiam que iriam corresponder ao que o futuro lhes promete: saber exprimir-se a partir das relações entre o propósito científico e artístico. A experiência mostrou-lhes essa interdependência. Sobretudo, souberam interpretar com inteligência e com iniciativa, porque foi a partir destas que o INESC Porto concebeu essa saudável aventura. Esse entusiasmo contagiante converteu-se num espólio de imagens que vincularam num espaço e num tempo ímpares, duas instituições que compreendem a sua relação com o mundo e com a vida.

Adriano Rangel
Docente do Departamento de Design
Faculdade de Belas Artes do Porto
Julho.2005

Friday, July 08, 2005

Sebenta de Design (Wiki)

aqui

Wednesday, July 06, 2005

Notícia JN"

Notícia JN

Playtime na loja "Público"!

Disponíveis para consulta na loja do jornal "Público" (Rua João de Barros, 265 Porto):
Dossiers e manuais de síntese de duas experiências de estágio no jornal.
Até 8 de Julho, das 9 às 18 horas.

Monday, July 04, 2005

FBAUP - sala de dossiers (e cartaz)

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Exposição no INESC

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Graffiti caído!

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Playtime na Sebenta de Grafismos

aqui

Sunday, July 03, 2005

Espaço 555 - inauguração

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"oh3D"

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Espaço 555

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© ar 2005

Espaço 555

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© ar 2005

CATÁLOGO ONLINE - disponível a partir de Segunda-feira

Por motivos técnicos, o catálogo online só estará disponível a partir de Segunda-feira, dia 4 de Julho.
Por favor consultem o catálogo aqui:
www.fba.up.pt/playtime
a partir dessa data.

Entretanto, ficam aqui alguns excertos:

Uma Aventura Imperativa

Como se de um sonho aparentemente mau transformado em necessidade se tratasse, o Porto encontra-se finalmente reunido com o seu equivalente Lewis-Carrolliano em 2005. Por entre escombros de obras públicas que parecem constituir-se no novo ex-libris urbano para a eternidade, recitais de vanguardas-tornadas-pop em espaços alternativos-tornados-mainstream, mimetizações derivativas e crioulizadas de metrópoles imaginárias que partilham apenas o nome com o seu equivalente geográfico (o essencial - a essência, esse espaço de energia e vibração imateriais - nunca será importável), a falência política, económica e financeira nacionais que permitem a reinvenção dos modos e recursos de modos que o dinheiro nunca poderá comprar, a vaga sensação generalizada de que "isto já não tem remédio", um dançar à beira do abismo, uma dissolução das leis e da justiça, a impunidade como arma criativa, um universo de imagens, cada vez mais imagens que parecem cada vez querer dizer mais mas que cada vez se fazem ouvir menos... é hoje, efectivamente uma aventura habitar o espaço do Porto.

danielaC

Duas ressalvas a esta afirmação:
1. o termo "aventura", neste contexto, deve remeter-nos não para qualquer contexto hollywoodiano de narrativa romântica incipiente, mas sim para um efectivo confronto com o medo, a dificuldade e a incerteza, e para a aceitação dos mesmos;
2. o termo "habitar", neste contexto, refere-se menos à condição geográfica, e mais a uma vontade de nos situarmos mentalmente; neste caso, na corda bamba que une o caldeirão abundante dos signos e a infra-estrutura que confere a esses mesmos signos a capacidade de comunicarem.

Diz-se que a era da canibalização dos signos está por um fio. Espera-se, efectivamente, que a era da canibalização dos signos esteja por um fio. Não que a apropriação e regurgitação de tralha comunicacional avulsa venham a dar lugar a um qualquer novo classicismo num futuro vislumbrável, mas porque a compulsão de citações começa já a não se compadecer com o desesperante "gag" de três segundos. Por outras palavras: a tralha comunicacional avulsa continuará a existir, mas quererá agora contribuir, relacionar, ser necessária – e esta simples ambição será já um gigantesco passo em frente. Se o processo criativo que a sustenta procurar uma nova erudição, esta poderá pelo menos tentar chegar a quem a recebe. E poderá chegar segundo um princípio de reciprocidade: quanto mais contemplarmos, mais vislumbraremos; quanto mais investirmos, mais receberemos; quanto mais conhecermos, mais poderemos conhecer.

marinho

É neste contexto que o ciclo de exposições "Playtime!" pede para ser observado. Derivado de um vasto leque de projectos finais de curso de Design de Comunicação da FBAUP, este ciclo coloca-nos perante um conjunto de dilemas desarmantes na sua honestidade e transparência:
- Pode a imagem ser, simultaneamente, profunda e imediata?
- Pode a erudição resolver-se num contexto mediático de massas?
- São úteis, são legítimos a ambição e o desejo de novos paradigmas para a comunicação, ou o único paradigma possível é agora a sua própria ausência?
- Interessa-nos a convergência e dissolução das áreas de criação, nomeadamente numa pespectiva de aproximação entre o Design e as ditas Artes? Se sim, como quantificar perdas e ganhos?
- Num mundo desintegrado, deve a integridade adoptar estratégias de incoerência e contradição?

alexandraCAT

Independentemente da resposta para os dilemas acima descritos (e independentemente de estes dilemas sequer admitirem resposta), sugere-se a contemplação das obras apresentadas neste ciclo segundo algumas das suas vertentes mais recorrentes e acentuadas, que a seguir se enumeram. Estas vertentes interessarão menos em termos de uma extrapolação quantificável, e mais no reconhecimento de sindromas culturais contemporâneos a uma escala consideravelmente mais vasta:

- O abandono de uma figuração literal e "literalista", e consequente procura de elementos visuais 'puros', de um 'grau zero' da imagem sobre a qual se ensaiam novos modelos de comunicação e interpretação. A multiplicação da unidade visual como forma de acesso a novas realidades. A livre convivência com a abstracção.
- O objecto de comunicação que se assume como derivado, reactivo, que existe como contínuo comentário e interpretação de objectos anteriores. A noção de autoria em processo de reconfiguração, o desmoronamento da mitologia romântica do criador de inspiração divina, isento de dever, imune ao contexto no qual floresce.
- A desmaterialização e descentramento do 'eu', da identidade. Vontade de estabelecer territórios mais vastos e fluidos na definição do indivíduo. O 'eu' que não conheço, o 'eu' mediado, o progressivamente mais difícil discernimento entre pessoa e personagem. O desembrulhar do enorme equívoco que se alimenta da personagem mediática dotada de uma presença mecânica, brutal, dançando em total impunidade num cenário profundamente divorciado da sensualidade dos sentidos.
- A responsabilidade social, manifesta em duas vertentes essenciais: na intervenção efectiva sobre contextos (numa estratégia aproximada à fenomenologia), e ensaio de estratégias críticas que pretendem vir a sustentar intervenções simbólicas concertadas.
- A ideia de composição (visual, musical) transportada para espaços físicos, geográficos, públicos, privados. O transporte de conceitos e formas cartográficas para áreas do pensamento, da actividade mental e comunicacional. A paisagem que transcende a sua vocação geográfica, uma consequência da cada vez menor dependência do universo físico, tangível, para preenchimento dos nossos modi operandi.
- O ressurgimento do que é misterioso, lento, complexo, do que não é codificável nem transferível, no que não se deixa encerrar nem concluir.
- O pensar e escrever sobre Design já não como universo exterior de reflexão, mas como actividade integrada, de pleno direito, na própria definição de Design.

acaraujo

Uma última referência ao título da presente série de exposições: Playtime! é, em primeira instância, uma homenagem não especialmente velada ao clássico de Jacques Tati, quer na utopia urbana simultaneamente nostálgica e neurótica sobre a qual ficciona, quer na utopia que o próprio Tati cumpriu através da realização do referido filme, feito (e finalmente reconhecido) contra todas as adversidades. Mas Playtime! é igualmente um convite à inversão da dinâmica entre trabalho e lazer. Num mundo rendido a um modo automático de entretenimento que é negócio de vida ou morte para a corporação e negócio de morte para a imaginação da audiência, o acto criativo que deriva do prazer e da experimentação, da incerteza e do jogo, deve ser celebrado. É por este motivo que o título contém um ponto de exclamação: “Playtime!” é um imperativo.

Heitor Alvelos, Junho de 2005

christina

PLAYTIME @ Passos Manuel:

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ensaios no foyer

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happening interactivo

PM3
not your average Hollywood blockbuster!


INTERVENÇÕES de Rua:

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sinto.me bem

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tive uma ideia: campo e contra-campo...

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"flashback" : deixem voar os brigadeiros!

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Saturday, July 02, 2005

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